QUE VIVA ZAPATA, QUE VIVA A LIBERDADE DE EXPRESSÃO NO MUNDO GLOBAL
Hoje não vou debitar sobre o glorioso.
Temas mais interessantes e prementes se descortinam nas actualidades de fim de ano.
Na verdade, a problemática benfiquista resume-se a se estar hoje como se estava no ano passado. Ou quase.
No segundo lugar, atrás dum clube dirigido por um andrade, no caso do ano passado era dirigente um afilhado de sua santidade o Papa, na fase final da Liga Europa e, comme d´habitude, com os rapazes de preto a controlarem eficaz e fraudulentamente as peripécias no rectângulo verde.
Enfim, haja esperança que um milagre aconteça e o glorioso volte a engrenar, ao mesmo tempo que o Villão Boas deixe de ter “ajudas de custo” sumptuosas, que os tempos de crise não estão para isso.
Mas voltemos ao que nos trás por cá.
Parece que o governo informal do mundo não gosta da Wikileaks, e, qual grupo de pedreiros livres de avental ao peito, decidiu em conciliábulo organizar uma trama de ” intelligentia” e acertar contas com os incómodos sitistas não governamentais.
Vai daí, e com a ajudinha útil, propositada ou não, de duas antigas colaboracionistas do dito site, arranjou maneira de entalar o rapaz Assanje, anjo malvado do hemisfério sul com pinta de amigo dos cangurus e iniciou uma caça ao homem transnacional, por motivos, aliás, próprios dos próprios homens.
Segundo os jornais contam, tais pequenas, amigas e colaboradoras do anjo malvado e do seu site, terão partilhado os mesmos lençóis, desconfia-se que amarrotados em virtude das brincadeiras e, durante tais fogosas actividades, este terá praticado o supremo acto desprovido de indumentária planetária, in casu, de Vénus, para além de que, no que toca ao outro anjo celestial presente na celebração dos corpos, ter-se-á aproveitado do descanso profundo de tal figura e zás, deu-lhe um toque, presume-se que por trás, consumando, como soi dizer-se nas melhores práticas forenses escritas, os seus desejos libidinosos.
Ora, sabe-se que os Homens, quando estão perto de corpos irradiadores de calor, sentem-se irresistivelmente atraídos pela execução das melhores práticas libertinas, que, quando têm como alvo corpos descobertos ou em exposição provocadora, como acontece com aquelas, mais que prováveis, lânguidas e enroladas formas fêmeas envoltas em cabelos louros e desgrenhados, levam ao desespero.
Ora, tal cenário de cumplicidade e aceitação comum em praticar todo o tipo de desvarios hedonistas, leva-nos a crer estarmos perante uma tentativa, eivada até de pudor incompreensível e aproveitamento sexista, para silenciar através do descrédito pessoal da sua imagem humana, uma importante fonte de informação independente e global que, fazendo apelo à divulgação dos mal guardados segredos ianques, confronta o mundo e os cidadãos com as práticas desconhecidas de quem nos pretende governar.
Que o ex promissor Obama, em quem o mundo e eu próprio depositamos esperanças demasiadas, se deixe levar pela máquina trituradora da administração estado unidense, ainda se percebe e não surpreende, mas que os rapazes do velho continente, quais cães de guarda adestrados, se comprometam e colaborem na farsa que pretende antidemocraticamente silenciar cidadãos do mundo, que, fazendo uso dos seus elementares direitos de livre expressão e associação, prestam um serviço global, é inadmissível, choca e revela o quanto estamos, ainda que indirectamente, espartilhados na nossa liberdade.
Entretanto continuaremos a assistir às estafadas arguições de que estamos perante actos irresponsáveis e atentatórios da segurança colectiva, praticados pelos malvados sitistas.
Cínica verborreia e vergonhoso paleio.
Esquecendo porventura o que fez a administração Bush a uma sua espia, ainda há não muitos anos e que está retratado num filme em exibição e que ainda não vi, mas que não perderei, chamado ”Jogo limpo” e que conta a história dessa desgraçada atitude dos americanos para com um dos seus, no caso uma das suas, deixando-a cair e pondo em risco a sua vida, só porque o marido dessa agente de CIA não engoliu as teorias falsas e vergonhosas sobre o Iraque e que propositadamente conduziram a uma guerra que mais não tinha, que o objectivo de alimentar a industria petrolífera e militar norte americana, cujo maior e mais empenhado defensor na Casa Branca, era a própria família Bush.
Agora, com as pequenas suecas, ou lá que nacionalidade têm, como então com a espia norte americana, as idiotas úteis, são sempre peça fundamental das estratégias de quem tendo o poder, não pretende, nem vai nunca permitir, que sejam postas a nu as suas “verdades absolutas”.
Também, certamente, agora como há una anos, os peões desta estratégia serão triturados e, tal como aconteceu, mais dia, menos dia, as raparigas ofendidas com o fogoso desempenho do anjo malvado serão elas próprias lançadas sozinhas no turbilhão do enredo criado, com a sua vida desprezada e as suas eventuais razões, que só por cautela de "patrocínio" se admitem, esquecidas ou vilipendiadas.
Peço desculpa, mas afinal parece que tenho que falar um pedacinho do Glorioso. É que também no reino da águia, mais certo que eu me chamar c-r, alguns idiotas úteis serão descartados e enquanto o Papa se ri, qual pápá americano, o amigo Luís, qual filhote europeu submisso, promoverá outra farsa mal disfarçada que permita iludir as suas enormes e evidentes responsabilidades.
Perdão por esta recaída, mas, percebe-se, o glorioso ainda é mais forte do que tudo.
Prossigamos então.
Louve-se no entanto alguns internautas que, em acção de solidariedade espontânea, utilizam os seus sites como espelhos do Wikileaks, e em Portugal já há vários, e assim difundem o que a mão poderosa e invisível dos senhores dos anéis tenta amordaçar, pressionando o fecho das contas do site nas instituições financeiras que operam através da net e que vinham permitindo que este se pudesse financiar através dos donativos dos seus, muitos, amigos.
Haja esperança que a vontade despudorada dos intocáveis não seja satisfeita e que, apesar do mais que provável silenciamento do rapaz Assange, detido e com ameaça de extradição para os EUA, via Suécia, não consigam calar uma voz tão incómoda como, neste momento, indispensável
Qual Zapata dos tempos modernos, aqueles que apesar de nunca terem sido frontal e desde o princípio contra o status quo que vigora, mas que entretanto se rebelaram, serão amansados e se tal não for possível serão eliminados para que, com eles, a sua ousadia e seguidores acabem, também, por perecer.
07/12/2010, Citizen Red